Conhecimento Empreendido por Sócrates na "Apologia" e no Livro VII da República de Platão

26 de setembro de 2008

Ambos relatavam a limitação do homem frente a sua própria ignorância. Alguns por se consideraram sábios deixam de aprender, outros, por medo de falar calam suas angústias (“Apologia Sócrates”, parágrafo II).
A atribuição da sabedoria suprema associada a um ser superior que Sócrates nomeia Deus e Platão de modo “figurado” nomeia Zeus: torna comum o objetivo de ambos os pensadores; fazer a separação entre o bem e o mal; entre a vida e a morte, e em até que ponto temos a certeza do que nos espera a cerca do novo.
Tanto Platão quanto Sócrates, revolucionaram o tempo em que viveram com a sua forma cautelosa e crítica de aquisição do conhecimento, que serve de exemplo e reflexão para os dias atuais.
Sócrates era muito conhecido em sua época por questionar ironicamente a sabedoria dos que se consideravam sábios, com o objetivo de combater a prepotência, o orgulho, a presunção do saber. Um dos métodos mais utilizados por Sócrates era maiêutica, que significa “parto de idéias”, pois sua intenção é fazer com que as pessoas, a partir da reflexão, desenvolvessem uma autonomia em sua forma de pensar, “dando luz” a novas idéias.
Platão na “Alegoria da caverna” nos convida a uma reflexão, quanto à verdade de tudo que vemos e acreditamos. Ao pensarmos que a caverna é o mundo que vivemos, os grilhões que nos prendem, são as nossas convicções e confiança nos nossos sentidos, a saída da caverna é o rompimento com os conceitos prontos que nos são transmitidos, e finalmente a tentativa de salvar os prisioneiros da caverna, que é a vontade de compartilhar o conhecimento com os que estão em sua volta.
Podemos observar que a forma como os dois filósofos buscam o conhecimento se relacionam e se completam, criticando e evidenciando a nossa passividade e conformismo na assimilação das informações que acumulamos ao longo das nossas vidas.
Tanto Sócrates quanto Platão, tinham o objetivo de fazer com que as pessoas refletissem , criando seus próprios conceitos e sentidos, esvaziando-se de si mesma e rompendo com os paradigmas. Buscando assim o conhecimento puro, sem a ilusão dos sentidos, contínuo e investigativo.
Aprender para eles, não era apenas reter informações na memória e repassá-las, como durante um bom tempo nos ensinaram, mas sim, com a finalidade de proporcionar prazer em compreender, questionar, conhecer e descobrir, o que hoje os educadores modernos chamam de aprender a aprender.
As influências de Sócrates e Platão não ficaram ultrapassadas com o tempo e a modernidade, pelo contrário, se fortaleceram e hoje são tão amplas e intensas quanto no passado.

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